Criticas
Titulo Original: The Age of Adaline
Rafael Carvalho | Especial para A TARDE
Em 2014, Adaline Bowman (papel da atriz Blake Lively, famosa pela série de televisão Gossip Girl) tem poucos amigos e leva uma vida reservada. De beleza singular, aparenta ter perto dos 30 anos. Porém, na verdade, nasceu na virada do século 19 para o 20. Ou seja, ela possui 114 anos de idade.
Esse é seu segredo guardado a sete chaves. Aos 29 anos, sofreu um fatídico acidente que poderia tê-la matado. Mas, ao contrário, legou-a à condição biológica de nunca envelhecer.
Ela passa então a fugir das pessoas e buscar documentos falsos que mintam sua idade. Adaline chega aos dias atuais como uma mulher experiente, apesar da aparência jovial. A presença de uma filha surge na figura de uma mulher muito mais velha (interpretada pela experiente Ellen Burstyn) que a própria mãe.
O filme parte de uma premissa fantasiosa, ainda que busque trazer uma explicação científica para o caso. Mas isso é o menos importante numa história que começa com tom fabular para depois se tornar uma narrativa sobre as possibilidades do amor.
Adaline passa a criar uma personalidade arredia, renegando especialmente a aproximação dos homens. Ela nega, portanto, o amor toda vez que ele bate na porta. Porém a insistência do belo e simpático Ellis (Michiel Huisman, da série Game of Thrones) parece quebrar sua resistência.
A Incrível História de Adaline, portanto, se apega ao drama romântico e conduz o desenrolar da história como um confronto interno da protagonista. Ela precisa vencer sua própria obstinação e se entregar ao amor, caso queira provar certa felicidade na vida.
O passar do tempo
O longa também lembra O Curioso Caso de Benjamin Button, protagonizado por um Brad Pitt nascido com aparência de velho e que vai rejuvenescendo aos poucos. São filmes que discutem a passagem do tempo na vida das pessoas e de como qualquer interferência na lei natural das coisas acaba por complicar a vida de seus personagens.
No entanto, A Incrível História de Adaline, ao apostar no melodrama, se preocupa demais em deixar tudo explicadinho para o espectador, um excesso de zelo, embora nunca apele ao piegas.