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Criticas

Homem-Formiga

Titulo Original: Ant-Man

Diversão tamanho-família com heróis em miniatura

Chico Castro Jr.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Homem-Formiga, a segunda aposta do Marvel Studios em personagens praticamente desconhecidos do grande público (depois do espetacularmente bem-sucedido Guardiões da Galáxia) se mostrou acertada novamente.

Assim como na estreia do grupo de aventureiros espaciais, a chegada do Homem-Formiga ao universo cinematográfico da Marvel se dá em uma história de origem, na qual conhecemos o personagem principal e como ele veio a se tornar um super-herói capaz de diminuir de tamanho e se comunicar com formigas de diversas espécies.

Até aí, nada demais. O que realmente impressiona é a habilidade com que a produtora equaciona com absoluta exatidão um personagem quase desconhecido com atores escolhidos a dedo, um roteiro perfeitamente equilibrado entre cenas de ação, FC, comédia, toques de drama e efeitos especiais – tudo na dose certinha, sem pecar nem pelo excesso, nem pela falta.

Elenco afinado

Paul Rudd, que encarna o personagem-título, foi um achado. Comediante menos expressivo da “gangue” do diretor Judd Apatow (O Virgem de 40 Anos), fazia sempre o tipo “simpático-porém-meio- bronco” em filmes como O Idiota do Meu Irmão (2011) e Eu Te Amo, Cara (2009).

Em Homem-Formiga, Rudd floresce e se assume como a estrela do show, mesmo que do seu jeitão relutante. Já Michael Douglas está claramente se divertindo como o cientista criador da tecnologia de redução. Quem também aparece muito bem é Evangeline Lilly, a eterna Kate de Lost, em seu primeiro papel de destaque após tantos anos ilhada.

Corey Stoll, na pele do vilão Darren Cross / Jaqueta Amarela poderia até ser melhor aproveitado, aparecendo mais da segunda metade para o final, mas como se trata de uma história de origem, compreende-se. Mas ninguém rouba cenas tão bem quanto Michael Peña como Luis, o melhor amigo de Scott Lang / Homem-Formiga. Carismático, o chicano tem sempre uma gracinha na ponta da língua, arrancando risos da plateia a cada cena.

Típico conto hollywoodiano do loser que se torna herói, Homem-Formiga é um filme tão amigável que poderia ser uma daquelas produções da Amblin (produtora de Steven Spielberg) dos anos 1980.

No fim das contas, parece que a troca de diretor pouco antes do início das filmagens não alterou muito o resultado que já se esperava. Peyton Reed manteve muito do que Edgar Wright, inglês idolatrado por filmes cult como Todo Mundo Quase Morto e Scott Pilgrim Contra o Mundo, já tinha delineado. O resultado é mais um belo recanto no mundo narrativo que a Marvel se ocupa em construir.