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Criticas

Real Beleza

Titulo Original: Real Beleza

Drama leve e aprazível

Rafael Carvalho | Especial para A TARDE

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Real Beleza começa apostando na pretensão de ser um estudo sobre a beleza, do ponto de vista estético e poético, através da arte – onde fotografia e cinema são parentes próximos.

O filme dá mesmo a impressão de que vai se deter sobre a vida e as escolhas das belas garotas aspirantes a modelo, tipo de profissão cruel e exigente, tão efêmera, mas que povoa os sonhos de muitas meninas, um passo em direção à vida do estrelato. Aborda-se a beleza, mas também as concessões exigidas.

Quando o fotógrafo João passa a chamar a atenção da mãe da garota, Real Beleza abraça, então, o melodrama e envereda por conflitos que expõem, aos poucos, os anseios amorosos dos personagens.

O filme soa como produto leve, draminha que se poderia dizer ingênuo e mesmo previsível, a despeito das referências eruditas que o diretor utiliza. Ao mesmo tempo, o filme nunca se torna excessivamente intelectualizado. Pelo contrário, a história é facilmente assimilável.

Equilíbrio

É nesse equilíbrio que Real Beleza move-se e sobre o qual gira a própria obra de Furtado. Tudo está no lugar, o texto é leve, escrito com cuidado e apuro, mas nunca esnobe – não vindo desse diretor. A condução é clássica, mas funcional, bons atores em cena.

Até quando parece muito próximo temática e esteticamente do baiano A Coleção Invisível, de Bernard Attal, o longa consegue caminhar com suas próprias pernas, embora não queira – e nem precise – chegar muito longe com elas.