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Criticas

Expresso do Amanhã

Titulo Original: Snowpiercer

Expresso do Amanhã surpreende ao mostrar mundo distópico em um trem

Bruno Porciuncula

Quando a gente pensa que todo tipo de filme já foi feito mostrando um futuro distópico, vem o diretor e roteirista sul-coreano Joon-ho Bong e nos entrega Expresso do Amanhã, longa que chega aos cinemas brasileiros com atraso de dois anos – e, infelizmente, em apenas duas salas de Salvador.

Em uma nova Era do Gelo, a vida humana na Terra foi extinguida e uma sociedade foi formada dentro de um imenso trem – isso mesmo, uma locomotiva (ideia genial) – que não para nunca por conta das altas temperaturas do planeta.

Como toda sociedade distópica, um homem "visionário" e "divino" comanda com mão de ferro, e cada vagão é formado por um grupo diferente. Os do último são escravizados e vivem marginalizados. Curtis (Chris Evans, o Capitão

América da Marvel) decide se rebelar e tentar chegar até a cabine principal para enfrentar Willford (Ed Harris) e "dominar o mundo".

Mad Max ferroviário

O filme é baseado em uma HQ francesa, Le Transperceneige, e começa de forma lenta, apresentando toda a situação no planeta. A medida que Expresso do Amanhã avança, a tensão e a ansiedade aumentam, e conhecer todo o mundo mostrado por Joon-Ho Bong dentro de um trem se torna uma experiência marcante – que em muitos momentos lembra um Mad Max ferroviário, principalmente pelos tipos estranhos que aparecem no caminho.

Chris Evans, um ator mediano, não compromete o resultado, mas os destaques são Tilda Swinton, que interpreta Mason, uma funcionária de Willford, e Kang-ho Song, que dá vida a Namgoong Minsoo, o chaveiro do trem.

Com reviravoltas, Expresso do Amanhã mostra que é possível falar sobre um tema batido com uma nova e interesantíssima abordagem. Quem sai ganhando é o público que gosta de um bom – e reflexivo – filme.