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Criticas

A Pele de Vênus

Titulo Original: La Vénus à la fourrure

Polanski revela vida e arte como faces de uma mesma moeda

Adalberto Meireles | jornalista

Em A Pele de Vênus estamos diante de um Polanski autêntico, embora o filme, realizado em 2013 e só agora lançado comercialmente no Brasil, seja uma adaptação levada às últimas consequências de uma peça do norte-americano David Ives (1950), a partir do romance A Vênus das Peles (1870), do austríaco Leopold von Sacher-Masoch (1836 - 1895).

Com apenas dois personagens em cena, o filme acontece em um único espaço, o teatro onde se dá o encontro entre o escritor Thomas (Mathieu Almaric) e a atriz Vanda (Emmanuelle Seigner), que chega atrasada para a leitura dramática de peça, na tentativa de ganhar o papel da protagonista, também Vanda.

Thomas se prepara para sair, depois de um dia exaustivo. A montagem será seu début como diretor. Vanda aparece como uma atriz de segunda linha, ingênua, um tanto vulgar, que se mostrará forte e decidida, até que de súbito engata sua presença diante do escritor.

Parece que a mulher está apta não apenas para representar, mas viver uma relação com o homem, que se revelará um pleno exercício de dominação em que somente a ela pertence o jogo de cartas.

Todos sabem o significado de masoquismo. A palavra está tão intimamente ligada a Masoch e em certo sentido à obra e à trajetória do diretor polonês nascido na França, que reflete o infausto, o infortúnio acumulado desde a infância, quando viu os pais serem levados para um campo de concentração nazista.

Alegoria

Em A Pele de Vênus temos elementos da famosa ‘trilogia do apartamento’ de Polanski, formada por Repulsa ao Sexo (1965), O Bebê de Rosemary (1968) e O Inquilino (1976), depois retomada em um outro registro, a partir do texto de Yasmina Reza, na discussão sobre civilização e barbárie, em Deus da Carnificina (2011).

Se Repulsion era o ato de negação do sexo; Rosemary’s Baby, de subversão do encanto materno; e Le Locataire, de negação do outro com impulsos de morbidez e sarcasmo, A Pele de Vênus amplia o discurso para fazer uma alegoria sobre o poder e a sedução.

Por meio de um jogo que se transforma em um duelo entre real e imagináro, que não deixa de encontrar referências ainda na adaptação que dirigiu para A Morte e a Donzela (1994), de Ariel Dorfman, Polanski faz de A Pele de Vênus um labirinto em que o ato de interpretar se confunde com a vida.

Domínio da arte

Para Polanski não existe cena nem bastidor. Tudo é arte. A Pele de Vênus será um filme levado como se feito em um único momento dentro de um ambiente restrito, claustrofóbico, como os demais, em duas pulsões. Cada um ao mesmo tempo ator e personagem do livro, da peça, do filme como na vida que o cineasta descortina em peles e camadas

Ainda adolescente, Amy Winehouse já demonstrava para a família o talento vocal que possuía. Aos 18 anos ela já fazia shows na Inglaterra e, com o tempo, passou a ganhar fama. O sucesso do álbum "Back to Black" a tornou uma celebridade mundial, mas também fez com que seus problemas com álcool e drogas aumentassem exponencialmente.