Criticas
Titulo Original: The Walk
Adalberto Meireles | Jornalista
O ano é 1974. O World Trade Center, que sucumbiu ao ataque terrorista em 2001, mal havia inaugurado e o francês Phillippe Petit, com 24 anos, atravessou suas duas torres principais depois de estender um cabo lado a lado a uma distância de 43 m, tema abordado pelo britânico James March em O Equiibrista (2008), que volta à tona em A Travessia.
Não seria exagero dizer que o diretor Robert Zemeckis, da trilogia De Volta Para o Futuro (1985 a 1990) e de Forrest Gump (1994), sempre alia ao seu universo fantástico característico, impregnado de magia e desejo de superação, a fábula sobre o sonho americano.
É bom lembrar que em 1974 ainda estava fresquinha a famosa frase impressa por John Lennon em God, em referência ao fim dos Beatles, aos anseios da juventude, à desesperança e ao ideal de liberdade: “O sonho acabou”.
Reinvenção
Em A Travessia, Phillippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) é um personagem construído da força de vontade de se reinventar, desde que entra em dissintonia com o pai e ganha as ruas de Paris.
A narrativa é irregular, mas a utilização do 3D, aliada às angulações e movimentos de câmera, chamam atenção neste filme em que o personagem resgata a sua história do topo da Estátua da Liberdade, de frente para as torres gêmeas. Zemeckis reconstrói a paisagem nada inútil e junta os cacos do sonho pós 11 de Setembro.