Cineinsite

FILME

Criticas

Star Wars: O Despertar da Força

Titulo Original: Star Wars: Episode VII - The Force Awakens

JJ Abrams mostra que tem o poder da Força no sétimo filme da franquia Star Wars

Chico Castro Jr.

Se alguém ainda tinha dúvida de que a Força é poderosa em J.J. Abrams, certamente a dissipará após assistir a Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força, em cartaz no planeta Terra desde quinta-feira.

Do início do século para cá, o nome deste nova-iorquino de 49 anos está nos créditos principais (como diretor, produtor ou roteirista) de alguns dos mais interessantes filmes e séries. Na TV, Abrams foi uma das forças criativas de Alias (2001), Lost (2004) e Fringe (2008).

Já no cinema, Abrams foi o responsável por revitalizar duas franquias que se acreditavam mortas, com Missão: Impossível III (2006) e Jornada nas Estrelas, com Star Trek (2009) e Star Trek: Além da Escuridão (2013).

Junte a isso a produção do espetacular Cloverfield: Monstro (2008) e a direção do spielberguiano Super-8 (2011) e fica fácil entender por que a Disney “roubou” Abrams da franquia concorrente, Star Trek, para revitalizar Star Wars.

Por que todo o senso de maravilhamento que fez a fama da trilogia original dos anos 1970 e 80 – e que George Lucas desprezou na desastrosa direção da trilogia dos Episódios I, II e III – está de volta em O Despertar da Força.

Não vamos enganar ninguém aqui: O Despertar da Força é, sim, praticamente um remake do Episódio IV: Uma Nova Esperança.

Jovem esquecido no deserto esperando uma virada do destino: tem nos dois filmes. Sujeito maligno mascarado e vestido de preto, servindo a um mestre maior e mais sinistro: também tem. Malandro de bom coração fugindo de encrenca: claro.

Robozinho fofo e gaiato que rouba cenas: como, não? Cantina imunda cheia de aliens, com uma banda tocando swing? Sim. E por aí vai.

Porém, auxiliados no roteiro pelo craque do cinemão americano Lawrence Kasdan, roteirista do Episódio II: O Império Contra-Ataca e diretor de filmaços como Corpos Ardentes (1981), O Reencontro (1983) e Silverado (1985), Abrams e o co-roteirista Michael Arndt conseguiram criar um blockbuster irretocável, que abre com brilhantismo uma longa temporada de filmes anuais da franquia Star Wars.

Sim, porque daqui a um ano estreia o primeiro título derivado de Star Wars, Rogue One. E em 2018, Episódio VIII, ainda sem título. E assim será, até sabe lá quando.

Plateia animada

Voltando a’ O Despertar da Força, é preciso dizer como a produção foi acertada ao apostar no carisma e no talento dos quatro novos rostos que deverão conduzir essa nova trilogia: Daisy Ridley (como Rey, indubitavelmente a Jedi protagonista), John Boyega (Finn, o Stormtrooper desertor), Oscar Isaac (Poe Dameron, o hábil piloto de X-Wing) e Adam Driver (Kylo Ren, o candidato a Darth Vader).

Ótimos atores, eles dominam a tela, especialmente na primeira metade do filme, quando – para delírio da plateia, que explode em gritos e aplausos – surgem Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew). O mesmo acontece quando outros velhos conhecidos aparecem, como a general da Resistência Leia Organa (Carrie Fisher) e os robôs C3PO (Anthony Daniels) e R2D2 (Kenny Baker).

Enfim: Star Wars está em ótimas mãos e seguirá encantando gerações por muitos anos. De resto, é se deleitar com essa paródia de 2ª Guerra Mundial em forma de fantasia espacial, como imaginada por George Lucas nos anos 1970.

Por que a cena do General Hux (Domhnall Gleeson) discursando diante de uma multidão de Stormtroopers em uma má-disfarçada imitação de Hitler entregou tudo: a velha história do bem contra o mal nunca foi tão divertida.