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Criticas

Decisão de Risco

Titulo Original: Eye in the Sky

Decisão de Risco observa dilema moral na guerra antiterror

Adalberto Meireles | Jornalista

"Decisão de Risco", uma produção britânica dirigida pelo sul-africano Gavin Hood, põe em destaque um grupo de militares e políticos que terão de escolher se ordenam a explosão de uma casa com três militantes preparados para um atentado. Bem em frente ao bunker da milícia Al-Shabab em Nairobi, no Quênia, está uma menina inocente vendendo pães.

A questão entra mesmo como uma necessidade de escolha. E é imperiosa. Se não agir imediatamente contra os terroristas – monitorados por um avião que sobrevoa a cidade e dentro da casa por um besouro-drone –, dezenas de vidas podem ser dizimadas na explosão de um shopping.

A relação será mesmo, digamos assim, de custo-benefício ante a possibilidade de explodir a casa. Mantém-se todo um aparato estrategicamente disposto em Decisão de Risco na esperança de exercer controle absoluto dos danos e evitar a morte da criança.

O filme está contido em três planos. O primeiro, o da reunião de militares que se comunicam com autoridades no mundo, a partir da Inglaterra, e têm o poder de ordenar o momento de disparar o míssil contra a casa. O segundo, centrado no bairro tomado por fundamentalistas islâmicos para onde se desloca um aliado somali que opera o drone.

E, enfim, o do comando do arcabouço tecnológico propriamente dito, estruturado para a execução, formado por um casal de militares, que se insinua, dialeticamente, como o fiel, em observância à presença da menina.

Se a estimativa de danos colaterais tem que ser reduzida a um nível de 45%, o filme será também um exercício de estilo e mise-en-scène com situações milimetricamente estudadas para colocar o espectador no dilema.

Não menos importante é a equipe de atores que se alia a este tour de force antiterror liderado por Helen Mirren (a coronel implacável Katherine Powell) e Alan Rickman (em seu último papel como o general Frank Benson).