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Em Nome da Lei

Titulo Original: Em Nome da Lei

Filme só não é melhor por conta da dupla de protagonistas

Bruno Porciuncula

Foto: Elis Regina Nogueira | Divulgação
Foto: Elis Regina Nogueira | Divulgação

O juiz federal Vítor (Mateus Solano) acaba de se mudar para uma nova cidade na fronteira com o Paraguai, onde o traficante Gomez (Chico Diaz) é o "padrinho" da região. Idealista e cheio de gás na nova função, Vitor quer acabar com os desmandos do traficante, nem que para isso coloque em risco a própria vida.

Ele conta com as ajudas - meio relutantes, a príncipio - da procuradora Alice (Paolla Oliveira) e do policial federal Elton (Eduardo Galvão). A batalha entre Vitor e Gomez é o que move o longa nacional Em Nome da Lei, que chega aos cinemas baianos neste feriado.

Diretor de longas como Lamarca (1994), Guerra de Canudos (1997), Mauá - O Imperador e o Rei (1999) e Zuzu Angel (2006), todos baseados em fatos reais, Sérgio Rezende faz aqui mais um filme nesse estilo, mas o que é o mais pulverizado, já que não dá "nome aos bois", como se espera de uma produção assim.

Nem o nome da cidade onde se passa a história é revelada, mas imagina-se que seja Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, onde o juiz federal Odilon de Oliveira ganhou fama, há 11 anos, ao revelar que era obrigado a dormir no próprio gabinete por questões de segurança.

E Sérgio Rezende bebe de fontes como O Poderoso Chefão, principalmente na cena de apresentação do traficante Gomez, que lembra muito o filme de Francis Ford Coppola, e em uma que envolve algumas prisões.

O elo fraco de Em Nome da Lei é formado pela dupla protagonista. Mateus Solano parece deslocado em um filme de ação, e não há a mínima química entre ele e Paolla Oliveira, fazendo o romance dos dois não acrescentar nada para a história - mas os produtores não iriam deixar a famosa dupla passar sem um beijo nas telas.

Já Chico Diaz pode ser considerado o melhor ator brasileiro não-brasileiro, já que ele é mexicano, apesar de ter vindo ao país com 10 anos de idade. Os melhores momentos do longa são com ele, que interpreta um personagem que é um amálgama de Don Corleone; Pablo Escobar; de Narcos, e até Scarface, interpretado por Al Pacino no filme homônimo.

E é ele o responsável pelos melhores momentos do filme. O personagem é o mais bem trabalhado, ao contrário do protagonista, com atitudes claramente questionáveis, que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso saberia que não seriam as melhores.