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Criticas

Rocketman

Titulo Original: Rocketman

Envolvente e emocionante, Rocketman é filme para além dos fãs de Elton John

Bianca Carneiro e Natália Figueiredo

Problemas familiares, drogas e bebida: junte tudo isso e você terá a fórmula responsável por causar problemas para a vida de inúmeros ídolos da música. O britânico Elton John é um dos inclusos nesta lista e é justamente a jornada sobre como ele adquiriu e lidou com esses fantasmas do passado, o tema central de Rocketman, biografia musical do cantor.

Rocketman traz a história do músico a partir de sua infância, desde os melhores até os mais críticos momentos de sua carreira. Contando com um elenco de peso, formado por Bryce Dallas Howard (Histórias Cruzadas) e Jamie Bell (Billy Elliot), cabe ao inglês Taron Egerton (Robin Hood: a origem) dar vida à transformação do tímido Reginald Dwight (nome de batismo do cantor) no astro que vendeu milhões de álbuns, Elton John.

Já na primeira cena é possível ver a fidelidade da produção, imprevisível e extravagante que foi assinada pelo próprio Elton John. Impactantes, o figurinos trazem a personalidade do cantor à tona, além de colaborar para o esquecimento da pessoa “comum” que ele era, em um gênio da música. “Pessoas não pagam para ver Reginald Dwight. Elas querem ver Elton John”, diz o cantor em um determinado trecho do filme, ao tentar ser convencido pelo melhor amigo, o compositor Bernie Taupin (Jamie Bell) a retirar uma de suas roupas. O relacionamento com Bernie e a busca incessante por amor verdadeiro são os pilares que sustentam as ações do músico.

Diferente de outras narrativas tradicionais, Rocketman traz toda a problemática nos primeiros minutos, ao apresentar um Elton sozinho e deprimido que foi buscar ajuda em uma clínica de reabilitação. A partir disso, a trama vai se desenvolvendo até explicar como ele chegou naquela situação crítica e é impossível não se envolver com a história do cantor. Os altos e baixos, inclusive, não são nada suavizados mesmo com Elton comandando a produção. Questões delicadas como relacionamento abusivo, orgias e uso de drogas são escancaradas, algo que com certeza surpreende quem assiste pelo nível de sinceridade.

A música por si só, é um elemento fundamental na construção da narrativa, ao passo que as canções do astro são apresentadas não de forma cronológica, e sim, de acordo com os sentimentos vividos por Elton em meio a momentos cruciais. A música, aliada a dança,  interpretação e outros elementos extravagantes, faz pensar o quanto cai bem a vida de um cantor ser representada por um musical. Em meio a cantoria e extravagância, mesmo as situações mais tristes ganham representações incríveis e nada impróprias para o momento. A apresentação da música título “Rocketman” é uma delas.

O repertório musical é todo cantado por Taron Egerton que não tenta imitar Elton, e nem por isso, decepciona. Uma diferença e tanto se compararmos Rami Malek, em Bohemian Rhapsody, filme também dirigido por Dexter Fletcher. No entanto, a tentativa de forçar um sotaque britânico de alguns atores chega a incomodar. Mas nem por isso, tira o brilho do longa.

Após percorrer todo o caminho entre o sucesso e a fossa, Rocketman ganha um desfecho emocionante. Ainda ao final, cenas reais são comparadas com as vistas no filme e é impressionante a semelhança entre a vida real e a ficção. Dramático, envolvente e emocionante, o Rocketman vai além da legião de fãs de Elton John. Admiradores ou não do artista, o filme é um daqueles que quem assiste, quer ver de novo.